Domingo, 18:23 h, 25 de março de 2012, calendário gregoriano. Esta foi a data do pôr do sol que está eternizado nesta fotografia.
Naquele fim de tarde, tive a visão de uma beleza que há tempos não presenciava. Enquanto o sol saia para o seu descanso, eu estava lá, calado, imóvel, distante de mim mesmo, próximo dos pássaros que voavam desordenadamente, em fim, apaixonado por aquele fenômeno natural.
Quando o êxtase terminou, comecei a indagar coisas como: Por que aquilo havia acontecido comigo? Como um evento natural e corriqueiro havia excitado minhas emoções com tamanha força?
Depois de muito pensar, consegui encontrar a minha resposta: Aquilo era real! Não estava na TV, no cinema, em um livro ou em minha cabeça. Não era uma fantasia idealizada, e sim a realidade crua, singela, imperfeita. Bem a minha frente.
Foi quando minha mente trouxe à tona, inúmeros momentos que perdi em pseudorealidades enquanto o universo me presenteia com maravilhas a cada segundo. Essa paisagem surpreendente ocorrendo todos os dias e eu aqui, dentro de quatro paredes com meus paliativos eletrônicos. Faz sentido?
"Vivemos" esperando o momento exato, a oportunidade de ouro, o caminho das pedras, a pessoa perfeita. Mas existe um problema nisso: viver e esperar são atos antagônicos. É impossível entregar-nos a experiência de vivência na espera pelo perfeito.
Acredito que foi isso que consegui fazer naquela tarde, esvaziei-me da espera pelo perfeito e quando menos esperei, fui invadido pela plenitude do simples.
Ao invés de esperar por um bom final para este texto, saia da frente do computador e deleite-se com o céu claro ou escuro, nublado, ensolarado ou estrelado que o aguarda para ser vivido.